O número de novas empreendedoras no Brasil cresceu 41% em 2020, mas apesar da ascensão, as mulheres enfrentam um oceano de desafios na hora de gerir seus negócios, como a falta de incentivo e de investimentos.
Para dividir angústias do empreender sozinha três amigas se uniram para criar o “Do It Girls”, uma rede de apoio formada por 150 empresárias para trocar experiências diárias, se qualificar, e buscar soluções e novas ideias através de palestras e mentorias para suas empresas e carreiras.
O que acha de uma entrevista sobre como as redes de apoio são primordiais para fortalecer e qualificar mulheres na gestão das suas empresas e dicas para os negócios liderados por elas?
O empreendedorismo feminino cresce apesar da falta de incentivo e evidencia a importância da rede de apoio para empreendedoras.
Redes de apoio como a “Do It Girl” é primordial para fortalecer e qualificar mulheres na gestão das suas empresas para superarem os inúmeros desafios na hora de gerir seus negócios como dificuldade em fechar parcerias comerciais e conseguir investimentos.
Pauta será abordada pelo grupo de empresárias na 2ª Edição do “Do It Now” que acontece nos dias 28 e 29 de setembro, no Cine Theatro Brasil Vallourec.
Natália Archanjo, cofundadora do DIG, reforça que conduzir um negócio sozinha é uma empreitada desafiadora e solitária para grande parte das brasileiras, por isso, a importância de uma rede de apoio para capacitar, encorajar e potencializar empreendedoras no comando dos seus negócios.
“A diferença do ambiente de negócios entre gêneros é enorme. Nós, mulheres, dedicamos mais tempo aos negócios e ainda precisamos nos desdobrar em múltiplas jornadas, enfrentamos falta de incentivo, preconceito, dificuldades em negociar capital e em concretizar novas parcerias comerciais, dentre tantos outros desafios. Com tantos obstáculos, boa parcela de mulheres desiste da ideia de empreender antes mesmo de tentar”, lamenta.
Há três anos o grupo capacita mulheres com conteúdos exclusivos, abordando temas pertinentes ao universo do empreendedorismo feminino, como a importância do planejamento estratégico, dicas para o controle financeiro dos negócios, gestão de pessoas, atendimento e marketing digital, entre outros.
Além disso, o DIG oferece mentorias com especialistas renomados em diversas áreas de atuação, esclarece dúvidas das empreendedoras sobre carreira e negócios através de plataforma online e promove um ambiente favorável para novos negócios e parcerias por meio da troca de experiências e fomento ao networking. Mais de 5 mil mulheres foram impactadas com as iniciativas do clube, impulsionando carreiras e negócios femininos.
Além de informações sobre negócios, gestão e carreira, as empreendedoras também encontram no Do It Girls apoio para enfrentar os desafios de ser mulher e mãe empreendedora, além de superar suas crenças limitantes e assim romper as barreiras no setor.
Para a participante Ana Victoria Ulhoa, essa rede de apoio tem sido essencial para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. “Nesse ambiente acolhedor, falamos sobre as dores da maternidade, da carreira e do empreender. Somos acolhidas e impulsionadas a ir além. Com isso, tenho condições de alavancar meu negócio ao entender que não existe teto para o meu crescimento”, celebra.
Cultivar uma boa rede de relacionamentos é fundamental para o sucesso de uma empreendedora, seja para valorizar e potencializar sua capacidade de gestão ou para impulsionar os negócios. Por isso, neste mês, elas participam da 2ª Edição do “Do It Now”, um dos maiores e mais relevantes eventos de gestão fácil na prática de Minas Gerais, e abordam a importância do networking e de outras ações importantes para driblar os desafios inerentes ao empreendedorismo feminino.
Mais inovação e menos investimentos
Apesar das dificuldades, o empreendedorismo feminino avança e uma conquista das mulheres é a liderança por inovação. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante a pandemia as mulheres reagiram mais rapidamente e implementaram inovações nos seus negócios (70%), superando os homens (63%).
“Em contraponto, mais de 95% dos investimentos vão para negócios liderados por homens. E quando as mulheres vão as bancas de investidores elas sempre são questionadas com perguntas pessoais, por exemplo, com quem elas deixam os filhos para enquanto trabalham. Questionamentos que não são feitos aos homens”, argumenta Natália Archanjo.
A falta de investimentos para as empreendedoras é um dos principais gargalos que inibem a paridade do empreendedorismo feminino. Segundo o “Mapeamento dos Negócios Inspiradores Femininos”, feita pela NOZ Inteligência, com mulheres de todas as regiões do Brasil, a maior dificuldade é na captação de recursos financeiros e de capital de giro. Prova disso é que para iniciar seus negócios, 89% das mulheres utilizaram recursos próprios, e de 100 entrevistadas apenas 2 utilizaram linhas de crédito disponíveis a investidores.
Empreendedoras negras: desafio é ainda maior
O empreendedorismo com mulheres negras à frente do negócio também tem crescido e saído da informalidade, uma vez que uma boa parte dessas empreendedoras atuam no ramo de serviços, alimentação e beleza. Além do preconceito, elas enfrentam dificuldades na expansão do negócio e falta de capacitação. “Estamos comprometidas em usar todo o poder de nossa rede para destacar essa crescente força econômica e ajudar empreendedoras negras a estruturar e formalizar seus negócios, além e orientar sobre as maneiras de buscar mais capital para a empresa ”, conta Natália Archanjo
O empreendedorismo segue em ascensão, no entanto a distância de igualdade entre homens e mulheres mostra que ainda há muito a ser feito. Estudo feito pelo Fórum Econômico Mundial sobre a igualdade entre gêneros mostrou que o Brasil ficou na 90ª posição, entre 144 países. Para você ter uma ideia do tamanho do problema, no ritmo que andamos a paridade de gêneros no país demoraria 217 anos para acontecer. Para Natália Archanjo, esse índice só reforça a necessidade de um ambiente seguro para as mulheres discutirem sem julgamentos soluções e novas propostas para o crescimento dos seus negócios.
Confira abaixo três dicas práticas que a cofundadora do “Do It Girls (DIG), Natália Archanjo, compartilha com a rede de empreendedoras.
1. Alavanque seu negócio com a rede de apoio – Procure uma rede de apoio e conte com o suporte e mentoria de empresárias mais experientes e até de outros segmentos. Conversar com outras mulheres, conhecer o seu trabalho e entender a sua jornada são pontos positivos e essenciais para incentivar as suas iniciativas e dar mais força ao seu negócio.
2. Invista em qualificação – A falta de uma gestão eficiente é o motivo do fechamento de 41% dos negócios no país, segundo o IBGE. Por isso, a empreendedora precisa investir na sua qualificação e se manter em constante atualização e capacitação. O DIG oferece mensalmente palestras e cursos variados que abordam as principais áreas de gargalo das empreendedoras, como a gestão dos negócios, planejamento estratégico, além de mentorias para desenvolver o autoconhecimento. Assim as empreendedoras conhecem seus pontos fortes e fracos, exercitam suas soft skills e habilidades comportamentais como inteligência emocional, empatia e negociação.
3. Aprenda a organizar o financeiro da sua empresa – Somente com uma gestão adequada das finanças é possível que o negócio cresça e se desenvolva de forma saudável. E esse setor é um dos principais gargalos enfrentados pelas empreendedoras. Comece organizando as finanças da empresa pelo controle de caixa, sem ele é impossível compreender a capacidade de lucro do seu negócio. Registre todas as operações financeiras, defina um orçamento anual para a empresa e faça projeções. E tenha sempre um fundo de reserva para emergências.
SOBRE O EVENTO:
2ª Edição do “Do It Now”
Data: 28 e 29 de setembro
Local: Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315 – Centro, Belo Horizonte)
Ingressos: R$ 567, 00 (segundo lote)
Inscrição: CLIQUE AQUI