De acordo com a ata da audiência, apenas US$ 763,80 dólares, que estavam na exchange chamada Neteller, foram localizados, porém não puderam ser imediatamente transferidos para conta judicial já que a empresa não mais atua no Brasil. Em outras carteiras, foram localizados 0,00002469 e 0,0007597 bitcoins.
Muitas outras contas identificadas pelo MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), não puderam ser acessadas, por razões diversas: desde senhas incompatíveis, a problemas com autenticidade dos equipamentos.
A exchange Multibit, por exemplo, necessitava que o login fosse realizado numa máquina específica, a qual a defesa da Minerworld não soube afirmar qual era e nem se havia sido apreendida pelo Gaeco.
Vale lembrar, que duas das contas localizadas pelo Ministério Público nas investigações e supostamente no nome dos réus, teriam extrato de saldo de 38.147,7256464 bitcoins.
“Este será um processo demorado e custoso, porque precisamos que o STF (Supremo Tribunal Federal) faça essa comunicação à Justiça de cada país onde essas exchanges estão localizadas”, explica o magistrado. O juiz titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho, procederá com a elaboração de cartas rogatórias, que são documentos nos quais o acesso às cadernetas será solicitado, bem como a repatriação das quantias eventualmente encontradas.
Todavia, o juiz destaca que cada conta cujo acesso foi estabelecido permitiu que um extrato detalhado das movimentações financeiras. “O Ministério Público poderá, agora, traçar o caminho feito pelos bitcoins que eventualmente estavam nessas carteiras, o que pode gerar um volume importante de dados para o andamento das investigações”, detalha.
Os sócios da Minerworld, Cícero Saad e Hércules Gobbi e os participantes da empresa, Rosineide Pinto, Maikon Grisoste, José Maia e Ivan Felix de Lima, entre outros réus, foram representados por suas defesas.
O juiz David Gomes de Oliveira Filho convocou os arrolados para uma primeira audiência após o MP-MS afirmar que localizou contas associadas às empresas nos materiais apreendidos na operação Lucro Fácil.
O próximo passo, será apurar a participação dos envolvidos para o devido julgamento.