A Bitcoin Vault é uma criptomoeda que se intitula o “Bitcoin 2.0”.
Projetos ambiciosos como esse geralmente terminam, historicamente, em perdas para o investidor.
A nova “grande aposta” do mercado divulgada em peso no Brasil nos últimos meses por alguns grupos e influenciadores com histórico pouco confiável é a Bitcoin Vault (BTCV), uma criptomoeda que supostamente veio para destronar o bitcoin, mas que conta com diversas bandeiras vermelhas.
Com promessas de muito mais segurança que o bitcoin — primeira e maior criptomoeda do mercado, que nunca saiu do ar ou sequer foi hackeada —, o Bitcoin Vault é divulgado como a resposta para todos os problemas que você nem sabia que tinha.
O maior argumento de seus defensores é a valorização estratosférica do ativo que foi registrado no CoinMarketCap em março desse ano, quando já começou cotado a US$24.
Desde então, seu gráfico de desempenho registra nada além de uma alta crescente, diferente de outras criptomoedas já muito conhecidas e confiáveis no mercado, como o próprio Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e outras, que passam por momentos de volatilidade, encarados como movimentos saudáveis por analistas, já que respondem à reação dos usuários diante dos acontecimentos no mundo e no próprio criptomercado, que ainda é relativamente novo.
No caso do Bitcoin Vault, a moeda supostamente valorizou 28.000% nos últimos 6 meses e segue com promessas de cada vez mais lucros.
Para aqueles que já têm alguma experiência, tal cenário pode remeter aos movimentos de pump & dump tão frequentes no mercado, onde um grupo ou entidade promove as famosas ‘shitcoins’ (criptomoedas sem valor, propósito ou futuro).
Com isso eles chamam a atenção de investidores desavisados e iniciantes no mercado, levando à alta no preço e, em determinado momento, vendem os ativos, ficando com o lucro e deixando as vítimas do golpe no prejuízo.
Mas calma, ainda estamos no começo. Há muitos outros sinais de alerta acerca desse projeto que, em julho já marcou US$300.
Mesmo com um suposto volume impressionante de US$72.255.604 em 24 horas, não há informações sobre capitalização de mercado ou fornecimento circulante ou da BTCV, tornando impossível saber o quanto cada moeda realmente vale e o quanto do valor está sendo movimentado pela oferta e demanda e o quanto está simplesmente sendo manipulado, conforme apontam especialistas e veículos de comunicação.
Segundo o site oficial, a Bitcoin Vault é listada nas exchanges Coineal, CoinBene, Liquid, MXC e BKEX. Contudo, vale ressaltar que as três primeiras da lista já foram acusadas por manipulação e/ou golpes, segundo uma pesquisa feita pelo The Block.
De acordo com seu whitepaper, a BTCV promete 24h para desfazer a transação na rede e o projeto é assinado por Eyal Avramovich, CEO da Minebest, responsável pela mineração do ativo, e Grzegorz Rogowski, fundador da Mining City, empresa responsável pelo marketing multinível da criptomoeda — duas empresas ligadas à negócios fraudulentos, conforme diversas denúncias feitas que colocam a empresa e sua moeda como pirâmide financeira.
De acordo com o site, ambas as empresas possuem uma relação mal explicada pelos fundadores e a Mining City é responsável por um clássico esquema de pirâmide, enquanto a MineBest, divulgada como uma das maiores mineradoras do mundo, passa longe disso, ficando fora até mesmo dos top 20 em rankings de mineradoras.
Por fim, o próprio CEO da Bitcoin Vault admitiu que a blockchain do projeto é manipulada em um vídeo no YouTube.
O ultimo acontecimento, foi agora no final de agosto, onde a moeda, caiu 50% em 24h, mostrando que a moeda realmente é manipulada, caindo para US$ 230.
Nossa equipe da Sucesso está analisando outras moedas que utilizam os canais de multinível de forma fraudulenta.
Mesmo com todo esse histórico, fica a critério do investidor escolher apostar ou não no negócio. O aviso foi dado.