O ano que muitos querem esquecer foi de sucesso para quem soube ver, na crise, oportunidade para crescer.
E muitas pessoas vislumbraram no MMN a possibilidade de mudar de vida e ganhar dinheiro.
Da mesma forma, muitas empresas tradicionais, aderiram ao MMN para não quebrarem.
A crise é séria e feia.
Apenas 6 em 50 segmentos estão conseguindo crescer e seguem fortes.
A crise que abateu empresas, indústrias e pessoas, é a mesma que gerou excelentes negócios, transformando crise em cri$e.
Segundo economistas, setores e empresas que tiveram bom desempenho não têm, necessariamente, características em comum. Segmentos exportadores, como o de celulose, aproveitaram o dólar alto para crescer. Outros foram poupados por serem, naturalmente, mais resistentes à crise. Em outros casos, o diferencial foi o perfil mais conservador e o baixo endividamento, que varia de empresa para empresa.
Estão indo bem:
– Empresas de Marketing Multinível e Vendas Diretas
– Indústria de Celulose
– Fabricação de produtos de madeira
– Indústria de alimentos
– Transporte Aéreo
– Tecnologia da Informação
Os setores que já vinham bem, por serem mais resilientes, conseguiram passar imunes pela crise. Além disso, beneficiou-se quem soube navegar, quem se preparou para o pior e não deixou para fazer os ajustes na última hora — avalia Marco Saravalle, analista da XP.
Para analistas, o dólar alto está por trás do desempenho positivo do segmento de celulose. O setor pode fechar o ano com o melhor resultado desde 2010.
A economista Tereza Fernandes, diretora da MB Associados, acompanha o setor e avalia que o desempenho deve se repetir em 2017. Ela lembra que há demanda, principalmente, na China:
— O consumo chinês está fazendo com que se consiga colocar no mercado uma quantidade maior de produtos. Nossa fibra curta (usada em papel higiênico, guardanapos, papéis para imprimir) está ganhando espaço no exterior.
Apesar das exceções, Felipe Beraldi, analista da Tendências Consultoria, lembra que os avanços são pequenos diante das perdas da indústria:
— De modo geral, alguns segmentos industriais foram positivamente impactados pela desvalorização do câmbio, mas essa crise bateu muito forte em setores importantes, como construção civil e bens de capital, que sofreram muito.
QUEM SE PREPAROU SAIU NA FRENTE
As histórias de quem viu os lucros aumentarem poderiam, à primeira vista, parecer questão de sorte. Mas, por trás de resultados sólidos durante a crise, pequenos empresários e profissionais liberais relatam uma combinação de fatores que inclui, essencialmente, gestão conservadora, preparativos para uma eventual piora no cenário e busca de oportunidades para lucrar em um ambiente econômico menos favorável.
FRANQUIAS TÊM ALTA DE 8,8% NO FATURAMENTO
O negócio surfou na onda de crescimento do setor de franquias. Segundo dados mais recentes da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do segmento avançou 8,8% no terceiro trimestre, frente ao mesmo período do ano passado. A receita movimentada chegou a R$ 38,8 bilhões. A expectativa é de alta no balanço fechado.
Segundo o vice-presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, as franquias oferecem mais segurança e podem ser uma opção para quem perdeu o emprego e resolveu investir no próprio negócio.
— O risco de começar um negócio novo sozinho é muito maior — afirma o executivo, que elenca os setores de bem-estar, saúde e alimentos entre os mais bem-sucedidos.
Mas a alta da indústria de Marketing Multinível é o que mais chama atenção. Empresas estão crescendo cerca de 100% ao ano, o que representa um número quase fictício se não fosse real.
A necessidade de gerar renda com a perda do emprego e de encontrar um negócio que requer pouco investimento, transforma a venda direta e marketing multinível na estrela da vez.
Vale a pena investir.