A Cacau Show continua investindo pesado no mercado de venda direta. A rede de franquias, que tem hoje mais de 2 mil lojas instaladas em todo o país, tem conseguido estender ainda mais seu raio de atuação através da venda direta. A empresa já conta com mais de 65 mil revendedores. Mas, quer mais. A perspectiva é fechar o ano com mais de 70 mil – 20 mil a mais do que a rede possuía no começo de 2020.

O canal não é uma novidade na história da marca. A Cacau Show nasceu da venda direta, ainda nos anos 1980, e só depois vieram as lojas. Com a expansão, o canal ficou adormecido por algumas décadas e foi resgatado por volta de 2016.

Foi durante a pandemia que o grande crescimento aconteceu – nos últimos meses, as vendas do canal têm dobrado, se comparadas ao mesmo período do ano passado, de acordo com Daniel Roque, diretor de novos canais da Cacau Show.

Com isso, a perspectiva é que a participação da venda direta no faturamento da rede fique entre 5% e 6%, em média, em 2020 – atualmente, está em 6,2% –, com potencial de superar 8,5% em 2021. A meta é atingir entre 15% e 20% até 2024.

Potencial para isso existe: o Brasil é atualmente o sexto maior mercado do mundo em venda direta, de acordo com a World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA). Em 2019, o setor movimentou mais de R$ 45 bilhões no país, com 4 milhões de empreendedores.  A categoria de Cosméticos e Cuidados Pessoais ainda domina, com 52%, mas Alimentos e Bebidas já representa 4% do total.

O digital já era forte na venda direta antes mesmo da pandemia: segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), os canais mais utilizados para venda em 2019 foram a internet (20,6%), seguido da residência ou trabalho do cliente (18,3%) e WhatsApp (18%).

Para se tornar um revendedor Cacau Show, basta fazer o cadastro no site da empresa e aguardar o contato de um representante. A primeira compra deve ser de R$ 300, em média, e o empreendedor fica ligado diretamente a uma das unidades franqueadas, que serve como polo de abastecimento.

De acordo com Roque, a orientação é que o revendedor se regularize como Microempreendedor Individual (MEI). A modalidade de formalização teve um aumento expressivo em 2020, chegando à marca de 10 milhões de cadastros, de acordo com levantamento do Sebrae.

O microempreendedor compra os produtos do franqueado com desconto, e as vendas remuneram tanto o franqueado lojista quanto a franqueadora. Cada loja pode atender a até 100 microempreendedores, em média. “Já temos casos bem-sucedidos de franqueados que abriram um escritório à parte só para atender a venda direta”, afirma Roque.

As regiões com melhor desempenho no canal têm sido o Sul, mais precisamente no estado do Paraná, Nordeste, com foco no Piauí, e Centro-Oeste, em Goiânia. No Sudeste, como a concorrência é maior, a participação é menor, mas Roque enxerga potencial de crescimento.

De acordo com o executivo, as vendas gerais da empresa têm se aproximado dos resultados de antes da pandemia, e a venda direta foi um dos canais protagonistas para que os produtos chegassem à casa dos clientes – até mesmo na Páscoa, uma das melhores datas do ano para a rede.