Este ano, o Grupo Hinode estima faturar R$ 1,9 bilhão, com a previsão de que 30% desse montante venham do mercado externo, o que significa outros países da América Latina, onde a empresa de Marketing Multinível, que atua via venda direta, tem conquistado terreno.
Embora diga que a companhia tenha relevância para estar próxima a empresas como Natura, Avon ou Eudora, a CEO Marilia Rocca admite que há um problema de branding que ainda a impede de ser reconhecida como tal.
Mas, ela explicou que já começou a resolvê-lo, ao realizar uma concorrência para escolher a agência que ajudará a reposicionar a marca e ao criar uma vice-presidência de branding — isso após uma reestruturação interna e implementação de governança e compliance, em 2018.
Também aponta como diferencial frente à concorrência o fato de ir além de produtos de beleza, atuando em nutrição, terreno que enxerga como promissor, e o modelo de negócio que torna seus consultores — homens em sua maioria — microempreendedores, em vez de funcionar apenas como complemento de renda, que além de atrativo tem um poder de transformação social relevante.
Para ela, o diferencial da empresa é não trabalhar apenas com beleza e perfumaria.
“A Hinode também tem uma linha grande de bem-estar: suplementos, nutrição humana. Nesse momento de pandemia e olhando o comportamento do consumidor, será um diferencial competitivo, pois no longo prazo, a beleza virá de dentro.
Estaremos mais próximos a estilo de vida, alimentação. E é uma vantagem estar em mais categorias, porque tivemos reações muito distintas das categorias.
A Hinode é uma marca que pouca gente conhece, mas temos tamanho e relevância para nos posicionarmos próximos a Natura, Avon ou Eudora.
Mas ainda não conquistamos isso; é um desafio de branding. A companhia completou 32 anos e cresceu, de 2012 até agora, 34.000%.
Até por isso, abrimos uma concorrência entre cinco grandes empresas de branding para o reposicionamento da marca, capturando melhor sua proposta de valor”, afirmou ela.
Ainda segundo a CEO, a empresa vai criar ainda, uma vice-presidência de branding, para reforçar a área na companhia.
“Passaremos a ter foco em branding, porque reconhecemos que traduzir o que é a nossa companhia é um desafio muito grande, porque temos públicos muito importantes para conversar.
O propósito da empresa é o mesmo para todos, mas as propostas de valor para consultor e consumidor final são muito distintas. Vejo a Hinode como uma plataforma para microempreendedores e menos para complementação de renda.
Nossa base de consultores é 70% de homens, 60% das classes D e E.
Somos realmente uma opção de um micro negócio. Por nosso modelo ser muito alavancado ao consultor, temos um investimento grande dos núcleos familiares na atividade, porque o Marketing Multinível tem essa característica de ser um negócio que estimula e treina para recrutamento, e vai se tornando um negócio em rede.
É a base dos negócios mais promissores na atualidade. Airbnb, Uber, todos são redes”, completou.
Marília apontou ainda, quais serão as principais mudanças. “Nosso primeiro trabalho de branding foi com a FutureBrand, em 2016. A Hinode nem atuava no internacional ainda e essa característica de microempreededorismo também precisa ser capturada na marca.
Quando construiu o primeiro posicionamento, a Hinode fez isso voltada ao consultor e não conversava com o consumidor final. Nossa busca é traduzir uma mensagem única sobre nosso modelo, que é de altíssimo impacto social.
Distribuímos 51% da receita em forma de bônus para a rede e ofertamos a maior margem de revenda, quase 50%. Temos uma relação quase de sócio com o microempreendedor que faz nosso negócio.
Mas não podemos falar só com ele.
Qual é minha mensagem para os consumidores?
Como faço perceberem que quando compram um produto Hinode, estão contribuindo com 650 mil famílias na América Latina?
É um desafio interessante, até por ser uma empresa multicategoria”, explica.