Justiça apreende passaporte do Rei dos Bitcoins

A Justiça do Paraná ao descobrir que Cláudio Oliveira deixaria o país hoje, (quarta-feira, dia 21), reteve o passaporte do dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), alvo de dezenas de ações judiciais de clientes que não conseguem sacar investimentos realizados nas plataformas do grupo.

Os processos estão correndo em segredo de justiça e o dono das plataformas NegocieCoins e TemBTC, teve suas operações bloqueadas – tanto em dinheiro, quanto em bitcoin.

Há três meses, ela não pagava os clientes.

Tido como o o REI DO BITCOIN, entre março e maio de 2019, Oliveira frequentou colunas sociais com festas e jantares promovidos em São Paulo e Curitiba.

O apresentador Amaury Júnior, passou a chamar Claudio Olivera de “o rei do bitcoin” em entrevista, que arrecadou mais de R$ 180 milhões nos primeiros dias de negócio.

A NegocieCoins tinha o maior volume transacionado do mundo, chegando a US$ 900 milhões ao dia em abril.

conforme o Valor Investe, com suas duas corretoras de criptomoedas próprias, eles tinham ganho assegurado alternando posição entre a NegocieCoins e a TemBTC, pois o GBB, como “market maker” (provedor de liquidez), sustentava uma diferença de preço contínua que permitia arbitragem permanente nas cotações, de acordo com fontes.

Tudo ganhou proporções maiores em fevereiro, quando Oliveira anunciou o sistema que batizou de FortKnox, uma rede de blockchain própria que, ao contrário da blockchain que sustenta as transações de bitcoins, não é verificável — só a empresa sabe como as posições eram alavancadas para resultar nos saldos que os clientes podiam consultar.

No fim de maio, contudo, os usuários começaram a enfrentar problemas para saques, com lentidão e tentativas frustradas. Nessa época, Oliveira anunciou ter sido alvo de uma fraude que teria subtraído R$ 50 milhões em duplicação de saques. A retirada, então, foi formalmente bloqueada pelo próprio GBB.

Desde então, diversas promessas do empresário para solucionar a crise foram descumpridas, incluindo um combinado segundo o qual clientes poderiam receber até 3 bitcoins em 60 dias, mas não honrou.

A diversos clientes ofereceu a troca do saldo por produtos de sua loja virtual, Get4Bit, principalmente iPhones. Mas a maior parte dos que aceitaram dizem que ainda não receberam.

Com sede em Curitiba (PR), o Grupo Bitcoin Banco tornou-se alvo, então, de ao menos mais de 100 processos em diversos Estados, que cobram um valor somado superior a R$ 70 milhões.

Com o agravamento da crise e a acumulação de ações judiciais, os investidores passaram a temer que Oliveira estivesse de mudança para a Suíça — hipótese alimentada por afirmações do próprio empresário de que tinha cidadania do país europeu, onde diz ter estudado “engenharia financeira”.