Nos últimos meses, a Maravilhas da Terra vem optando por negociar com seus franqueados o fechamento dos Centros de Distribuição, para concentrar as entregas pelos Centros Logísticos próprios da companhia.

Seria isso reflexo da pandemia ou uma estratégia logística? Se é uma opção da empresa, que motivos levaram a essa escolha?

De acordo com o CEO da Maravilhas da Terra, Martinelly Santos, a decisão de centralizar as entregas já havia sido tomada antes da chegada do Covid-19, após uma longa análise que envolveu os setores tributário, logístico e de qualidade.

Porém, a pandemia obrigou a empresa a antecipar os planos, fechar às pressas algumas franquias e assumir os envios para todo o país, mesmo em um momento de interrupção da malha aérea, bloqueios de estradas e outros desafios.

“Nós fomos buscar o modelo das grandes companhias do nosso mercado que vêm dando certo ao longo dos últimos anos, como Avon, Natura, Amway e Mary Kay, que optaram por ter o controle total das entregas, em vez de abrir várias franquias”, explica Martinelly.

“Identificamos uma série de pontos que poderiam ser um risco, como o modelo tributário, capital de giro suficiente, gestão operacional e a dificuldade no controle da qualidade do serviço. Isso sem contar o fato de muitos líderes perderem o foco ao se dedicar a duas atividades ao mesmo tempo. Tivemos líderes que eram donos de franquia e bastaram fechá-las para mais do que triplicarem seus resultados na rede”, exemplifica.

Outro risco, de acordo com o CEO da Maravilhas da Terra, está no próprio fato dessas franquias poderem mudar de bandeira repentinamente e gerar um problema maior para ser administrado.

“Imagine o consultor chegar para retirar um produto da Maravilhas da Terra e encontrar os produtos de outra empresa. Infelizmente, isso é mais comum do que se imagina. Enfim, são diversas variáveis em jogo e optamos por não cometer erros antigos do mercado”, afirma Martinelly Santos.

Velocidade X Controle: o que é mais importante?

Se assumir todas as entregas significa controlar uma série de riscos, é verdade também que isso pode comprometer a velocidade da chegada dos produtos nas mãos dos consultores.

Atualmente, a empresa vem trabalhando com prazos mais alongados, que têm superado os 20 dias nestes meses de julho e agosto.

“Nós preferimos trabalhar com um prazo mais alongado e entregar antes do que frustrar as expectativas do consultor”, diz Martinelly Santos.

Segundo o CEO, trata-se de uma situação pontual, que será resolvida com a ampliação do Centro Logístico de São Paulo, a abertura de novas logísticas em outras regiões, importação de equipamentos de última geração para acelerar a separação dos pedidos, implantação de processos e contratação de profissionais capacitados do mercado.

“Não podemos esquecer também que estamos em meio a uma pandemia sem precedentes e crescendo a um ritmo de mais de 100% ao mês desde o final do ano passado. Somente em julho foram mais de 200 mil pedidos e apenas 5% deles tiveram problema real de entrega, seja por erro de endereço, extravio e outros desafios que toda empresa enfrenta. Mas 5% de 200 mil é muita coisa e, por isso, temos buscado de diversas maneiras minimizar ainda mais esse indicador, pois sabemos o quanto isso impacta na renda de uma família”, argumenta o CEO da Maravilhas da Terra.

“Todas as grandes companhias já passaram por este período de ajustes logísticos para dar suporte a um crescimento alavancado. Temos orgulho do que o nosso time tem sido capaz de fazer diante do contexto atual da pandemia que torna tudo mais difícil, desde a contratação de profissionais, fechamento de parcerias e outros desafios em toda a cadeia produtiva. Estamos fazendo milagre”, conclui Martinelly Santos.