A Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) refinou a metodologia de pesquisa, ampliando seu foco e identificando interessante mudança no mix de produtos comercializados pelo canal. Ou seja, o segmento de VD no Brasil, acabou de ser redimensionado.
Após um longo e complexo trabalho de pesquisa, a ABEVD finalizou um estudo sobre o mercado nacional de vendas diretas, com vistas a dimensionar o seu tamanho.
A pesquisa contou com a aplicação de nova metodologia, para aprimorar o processo de levantamento de dados. Como resultado, a entidade concluiu que o volume de negócios em 2016 foi 13% superior que o considerado anteriormente.
Ou seja, as vendas diretas movimentaram R$ 45,7 bilhões, montante R$ 5,3 bilhões maior que os R$ 40,4 bilhões antes apurados.
O número de revendedores mantém-se o mesmo: 4,3 milhões de empreendedores.
A diretora executiva da ABEVD, Roberta Kuruzu, explica que antes desse aprimoramento os números das vendas diretas eram balizados basicamente pelos setores que tradicionalmente adotam esse modelo. “A nova metodologia apontou que houve melhoras decorrentes da maior contribuição dos players.
Mas, além disso, ampliamos o olhar para além do mercado de cosméticos, que era de onde extraíamos boa parte da nossa base de dados. Houve ainda refinamento de outras categorias: saímos a campo e nos aprofundamos nas outras classes de produtos e serviços que estão migrando ou adotando as vendas diretas – um processo que vimos observando há algum tempo e que também passa pelo fenômeno da multicanalidade, na qual empresas adotam diversos meios para comercializar seus produtos ou serviços”, diz.
A executiva complementa: “A entrada de novas empresas para o canal reforça a relevância do setor e mostra respaldo e confiança neste modelo de negócio”.
Com o dimensionamento foram avaliadas 11 categorias principais de produtos, seguindo a classificação internacional da World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA).
As categorias e suas participações no total de vendas são:
• Cosméticos, perfumaria e higiene pessoal, 40,4%;
• Vestuário, 11,8%;
• Acessórios, 10,3%;
• Alimentos, 6,6%;
• Cuidados da casa, 6,1%;
• Utilidades domésticas, 4,6%;
• Livros, brinquedos, CD, DVD, software, games, 4,1%;
• Telefonia, internet, TV por assinatura, 3,3%;
• Serviços de reforma da casa (sistema de segurança, aquecimento, refrigeração, reformas etc.), 3,3%;
• Produtos financeiros (títulos de capitalização, seguros, investimento, cartão de crédito etc.), 2,7%;
• Vinhos, comida congelada, 2,3%;
• Outros, 4,4%.
Os dados do 1º quadrimestre de 2017, ainda trazem um cenário de dificuldade comparando-se com os de 2016, cujo histórico também foi devidamente atualizado com a nova metodologia de pesquisa. No acumulado do ano (jan-abril), o volume de negócios apresentou queda (-2,8%), fechando em R$ 13,7 bilhões.
Brasil se mantém na 6ª posição do ranking da WFDSA
A World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA), entidade que agrega mais de 60 associações de empresas de vendas diretas e da qual a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) é associada, divulgou os resultados do setor em todo mundo em 2016.
O Brasil manteve-se na sexta posição do ranking, atrás de Japão, Alemanha, Coreia do Sul, China e Estados Unidos.
Com cerca de 4,3 milhões de empreendedores pelo país, o mercado brasileiro representa 5% do segmento mundial e continua sendo o mais importante da América Latina.