Segunda maior empresa do Grupo Silvio Santos, depois do SBT, a Jequiti Cosméticos está em processo de reestruturação há 15 meses.

De acordo com informações do Jornal Valor Econômico, como resultado, a injeção anual de recursos feita pelo controlador Silvio Santos caiu de cerca de R$ 150 milhões para R$ 90 milhões.

Fontes no entanto, garantiram que o plano antigo de vender a marca não deixou de ser uma possibilidade.

O consórcio formado pelo empresário Marcos Rothenberg e o fundo de investimentos americano HIG Capital examinou o negócio por alguns meses, mas o interesse esfriou diante dos números da empresa e o acirramento da concorrência após a Natura &Co ter comprado a Avon.

A L’Oréal é vista por especialistas como uma provável candidata.

Em março de 2019, Fábio d’Ávila Carvalho foi contratado para sanear as contas da empresa de vendas diretas e avançar para outros canais de vendas, como as redes de vestuário Marisa e Pernambucanas, tornando a Jequiti mais conhecida e reduzindo a dependência do SBT.

No ano passado, a marca, que tem 250 mil revendedoras, teve faturamento próximo de R$ 470 milhões.

A Jequiti negou a existência de qualquer decisão de venda da companhia ou de qualquer negociação nesse sentido. A empresa informou que “segue totalmente comprometida com o crescimento do seu principal canal de vendas que é a venda direta”.

De acordo com uma fonte, o prejuízo acumulado da operação é perto de R$ 300 milhões, tanto que, anos atrás, Guilherme Stoliar, presidente do Grupo Silvio Santos, chegou a recomendar ao patrão o fechamento da Jequiti. Além disso, as herdeiras não teriam interesse em perpetuar a companhia.

Apesar das mudanças feitas por d’Ávila, um executivo comentou que o problema da marca de venda direta é a falta de escala e a produtividade baixa dos revendedores.

Ele disse que a dependência dos artistas da casa como Eliana, Celso Portiolli e Patricia Abravanel é grande, além de outros perfumes levarem a marca de cantores como Anitta, Luan Santana e Fábio Jr.