Depois de uma queda na receita — que foi de 2,7 bilhões de reais em 2018 para 1,5 bilhão de reais em 2019 e das vendas chegarem a cair 80% no início da pandemia do novo coronavírus, a Hinode precisou se readaptar.
“Tínhamos acabado de passar por uma reestruturação e estávamos com os músculos exercitados. Atuamos de forma rápida e conseguimos reagir”, afirma Marília Rocca, CEO da empresa.
E a resposta rápida deu resultado: as vendas cresceram 20% no segundo trimestre, em comparação com o primeiro. E o mês de julho foi o melhor em vendas dos últimos 18 meses para a Hinode.
Dentre os produtos mais vendidos estão o creme para as mãos e o creme contra celulite.
Na parte de maquiagem, as máscaras para os cílios tiveram mais sucesso. Para Marília, a alta na procura pelos produtos se deve ao maior tempo do consumidor em casa.
“A pessoa está em casa e tem mais tempo pra ter alguns cuidados com o corpo que ela não tinha antes”, afirma a executiva.
Em plena pandemia, a companhia teve também seu recorde de produção da fábrica em Jandira (SP).
Foram 2,7 milhões de unidades produzidas em julho e a expectativa é chegar a 4,5 milhões de unidades até dezembro.
Com isso, após duros cortes de pessoal realizados na reestruturação, a Hinode contratou 100 novos funcionários, e abriu o segundo turno de produção.
E as mudanças não pararam por aí. A Hinode também melhorou seu e-commerce e mudou o recrutamento dos consultores, que passou a ser apenas virtual.
Investiu também em educação para os consultores, com cursos de temas que vão deste a higienização dos produtos até métodos para recrutar novos consultores à distância.
O resultado foi 82 mil novos consultores cadastrados na pandemia, somando um total de 650 mil pessoas — em 2018 eram 850 mil (a empresa não revela quantos deles são de fato ativos).
Desses, 60% são homens. O crescimento no número de consultores foi maior nas regiões Norte e Nordeste, devido ao cenário de desemprego.
“Em um contexto de desemprego, somos uma alternativa ao micro empreendedor”, diz Rocca.